quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Rei, Rei, Rei... REINALDO ETERNO REI.


Reinaldo, ou melhor, José Reinaldo de Lima nasceu na cidade mineira de Ponte Nova em 11 de janeiro de 1957. Na sua cidade natal seguiu a tradição de família e jogou no Primeiro de Maio equipe amadora onde dois de seus irmãos atuaram. No Primeiro de Maio o jovem Reinaldo se destacou sua fama de bom jogador espalhou-se. Em Ponte Nova dizia-se que o jovem Reinaldo era o novo Pelé e levava a melhor na comparação com Tostão do Cruzeiro. Depois de seu relativo sucesso no Primeiro de Maio, Reinaldo trocou de clube sem sair de sua cidade natal. O Pontenovense, ofereceu a Reinaldo algumas regalias a mais que seduziram o jovem craque. Em Ponte Nova todos na cidade davam como certo a ida de Reinaldo para o Botafogo do Rio de Janeiro, time no qual seu irmão mais velho, Mário Lúcio, fora tentar a sorte. Porém, o destino do craque do Pontenovense começou a mudar no dia da Independência do Brasil.



Sem muito tempo para fazer a avaliação de Reinaldo em Ponte Nova, Barbatana(acima) pediu para que o jovem Reinaldo fosse a BH para vê-lo jogar. Em BH, Barbatana escalou Reinaldo para jogar entre os adultos. O que seria um teste, virou um show: em meia hora Reinaldo deixou os beques titulares tontos, fez 3 gols e tornou-se a grande sensação na Vila Olímpica. Imediatamente, o técnico Barbatana pegou-o pela mão e levou-o à diretoria para combinar seu primeiro contrato.

Em 1971, Reinaldo encontra o Atlético:

A história de Reinaldo no Atlético começou em 7 de setembro de 1971, quando o juvenil do Galo foi jogar na cidade de Ponte Nova participando das festividades da Independência. Barbatana, também natural da cidade e técnico dos juvenis do Galo, foi alertado de seu talento. O pessoal de Ponte Nova dizia a Barbatana: "Você precisa ver o Reinaldo jogando, Tostão não chega nem aos pés dele! . Quase que imediatamente, Barbatana foi a casa do jogador. Barbatana iria fazer o convite para o jovem craque participar do jogo que o Galo faria na cidade. Porém, Barbatana não encontrou Reinaldo, pois o mesmo estava em um desfile na parada da independência. O Galo jogou e já se preparava para voltar para Belo Horizonte, quando amigos do técnico, vendo que Barbatana não viu Reinaldo jogar o alertaram novamente para o talento de Reinaldo. O feeling do técnico descobridor de talentos falou mais alto. Acompanhado de Sinval, Barbatana foi novamente a casa do Reinaldo e o convidaram para naquele momento viajar a Belo Horizonte onde seria observado. Em uma decisão bastante rápida, o jovem craque vestiu uma calça, pegou uma jaqueta e deu adeus ao pessoal e rumou para Belo Horizonte. Em seu primeiro treino no Galo com 13 anos de idade e ainda sem contrato assinado, Reinaldo marcou três gols ao enfrentar o time titular que pouco depois venceria o campeonato Brasileiro. Após marcar o terceiro gol em seu primeiro treino o técnico Barbatana pegou-o pela mão e levou-o à diretoria para combinar seu primeiro contrato. N a sala da diretoria, assinou um contrato em branco. Todos no Campo de Lourdes ficaram impressionados com a habilidade do Garoto. Quase ao mesmo momento, na sede do Lourdes, chegava sua mãe, Dona Maria Célia, apavorada e perguntava: “Onde está o meu filho? O que vocês fizeram de meu filho? Onde vocês o enfiaram?”Enquanto alguns funcionário do Clube acalmavam a senhora, outros tratavam de procurar Reinaldo, que chegou em companhia de Barbatana. Depois de muitos abraços, a senhora voltou a Ponte Nova, com o contrato,para que seu marido, Mário Lima assinasse-o. Reinaldo passava a ganhar 100 cruzeiros mensais, mais casa e comida. Reinado foi lançado no time dente-de-leite e acabou como artilheiro. No começo de 1972, disputou a Taça Cidade de São Paulo, entre os juvenis. Logo depois foi convocado para Seleção Mineira que disputou a Mini-copa Dentinho, em Brasília, onde acabou incluído na seleção dos melhores dentes-de-leite do Brasil. Até então Reinaldo continuava a não acreditar muito na possibilidade de tornar-se profissional.


Reinaldo aparece na Seleção dos melhores Dentes-de-Leite do Brasil em 1972.

Em 1973, o início das contusões e o interesse do Cruzeiro:

No começo de 1973, o Atlético foi convidado para participar do Torneio do Povo e também tinha que disputar a Taça Minas Gerais. O time principal foi disputar o Torneio do Povo e o misto disputou a Taça Minas Gerais com os juvenis e reservas. Em 28 de Janeiro de 1973, aos 16 anos, estreou pelo time profissional do Atlético, em partida contra o Valério. A partir daí, Reinado nunca mais voltou aos juvenis. Paulo Benigno incorporou-o ao elenco profissional, embora ainda estivesse com o contrato de amador. Mas mesmo atuando no segundo quadro, Reinaldo Ganhou fama e admiradores. Torcida, imprensa apontavam como o craque do futuro. Em Belo Horizonte, o jornalista e escritor Roberto Drummond o apelidou de "Baby Craque" em um artigo que escrevera para o jornal O Estado de Minas.

Foi então, que a turma da toca da Raposa ficou sabendo da situação contratual de Reinaldo. Felício Brandi via em Reinaldo um novo Tostão. O Atlético tratou de se garantir, registrou imediatamente o contrato de gaveta que mantinha. Segundo o próprio Reinaldo na época disse: “Não teve grilo, eu já ganhava 500 cruzeiros e na hora do registro fui aumentado para 2000 cruzeiros”.

No final de 1973, Reinaldo teve uma operação no pé direito. No ano seguinte, em partida contra o Ceará, ao pisar em um buraco, torceu o joelho. A partir daí, as lesões no joelho acompanharam-no por toda a carreira. Jogou por um bom tempo à base de infiltrações no joelho. Ainda nessa época, depois de uma entrada de um desleal zagueiro teve extraído ambos os meniscos interno do joelho direito pelo Dr. Abdo Argges. Entretanto, essa retirada dos meniscos foi considerada desnecessária com a evolução da medicina esportiva. Em 1975, ficou mais dois meses afastado do futebol quando sofreu estiramento muscular nas duas coxas. Nessa época chegou a ganhar a alcunha de canela-de-vidro.

Mesmo em meio a contusões, Reinaldo vestiu a camisa da Seleção Brasileira pela primeira vez em 30 de julho de 1975 em um jogo contra a Venezuela, em Caracas. O mesmo aconteceu em jogos contra Argentina e Peru ainda em 75. Reinaldo certamente não foi o maior jogador de sua época porque as contusões não deixaram. Foram 4 no joelho(quatro cirurgias) e uma no tornozelo(uma cirurgia). Tudo isso pelas agressões que Reinaldo sofrera nos campos, agravadas por serem sobre um garoto que aos 14 anos começou sua vida profissional. Para jogar os jogos mais importantes não podia treinar, porque se treinasse não reuniria condições para o jogo. Levou várias infiltrações, um artifício médico que é hoje totalmente condenado pela medicina esportiva. E uma vez relatou:

"Eu tomava infiltrações no joelho com agulhas que mediam 20 cm. Depois que o Doutor retirava a agulha do meu joelho eu podia ver pedaços de cartilagem junto a ela."

Em 1976, o Dr. Neylor Lasmar passou a responder pelo departamento médico do Clube. Lasmar mandou interromper as infiltrações e submeteu Reinaldo a um tratamento à base de cortisona e radioterapia. Aos vinte anos em 1977, já havia operado o joelho 3 vezes e uma vez o tornozelo. Em 1978, após a Copa do Mundo da Argentina, Reinaldo foi acompanhado do Dr. Neylon Lasmar aos EUA para operar pela quarta vez o joelho esquerdo. A cirurgia foi comandada pela maior autoridade mundial em ortopedia esportiva, o Dr James Nicholas no Hospital Lennox Hill
O Dr. Nicolas explicou o que estava acontecendo com o joelho de Reinaldo:
“Debaixo da rótula havia muita cartilagem, mais restos de menisco, que estavam entre a rótula e o osso. Assim, cada vez que ele mexia a perna, sentia uma sensação terrível de dor, mais ou menos como se estivesse espremendo um dedo contra uma porta.”
A recuperação da cirurgia durou vários meses. A volta de Reinaldo aos gramados aconteceu após um ano.

Reinaldo Posições Políticas, Amizades e Nível cultural:

Reinaldo era considerado um jogador com um nível cultural e de informação muito superior ao que encontrávamos no futebol brasileiro nas décadas de 60’s e 70’s. Reinaldo angariou amizades muito além do futebol. Tinha transito praticamente livre entre os artistas da MPB. Era amigo de João Bosco, Chico Buarque, Fernando Brant, Fagner entre outros.
Com respeito à política, uma vez Reinaldo declarou

"Nos somos ídolos, e existem dois tipos de ídolos, os primeiros são usados para trazer alegria e esquecer os problemas. O segundo tipo de ídolo são usados para alertar o povo e conduzi-lo (o povo) a uma sociedade melhor. Nós jogadores de futebol infelizmente estamos no primeiro tipo de ídolos. Eu particularmente, gostaria de estar no segundo tipo de ídolo."
Outras frases de Reinaldo:


"Voto é secreto. Nem a minha mulher sabe que vou votar no Tancredo Neves."  
    
       
"Passei dez anos jogando com o joelho inchado e sendo artilheiro. Só tirava o gelo
para entrar em campo. (2001)
"


"Telê deveria ter me levado à Copa de 1982. Mas eu tinha posições políticas e ele era reacionário. (2001)"

"Eu comemorava os gols com o punho cerrado porque era um gesto socialista, revolucionário . (2001)"


Marca registrada de suas comemorações: Punho cerrado e erguido. Era um protesto contra a ditadura militar.

Reinaldo tinha uma maneira muito particular de comemorar seus gols, com o punho esquerdo erguido, em um gesto que lembrava o dos militantes negros do movimento dos Panteras Negras dos EUA. Além disso, tinha amizade com vários artistas considerados subversivos pela Ditadura Militar Brasileira. Por este gesto e por suas posições políticas independentes, Reinaldo era visto com desconfiança pelos representantes da ditadura militar, o que dificultou sua trajetória na Seleção e também o clube que defendia.

Conquistas, artilharias e títulos:

No time profissional do Atlético, conquistou seu primeiro título em 1976, ano que ganhou a Taça Minas Gerais e foi campeão Mineiro invicto. Este foi, aliás, o primeiro título de uma série de sete. Entre 1978 e 1983 foi Hexacampeão Mineiro e participou das campanhas do Atlético nos vice-campeonato Brasileiro de 1977 e 1980. É o artilheiro com maior média de gols em um único Campeonato Brasileiro (28 gols em 18 partidas, ou 1,55 por jogo, em 1977). Nesse mesmo ano, seu time terminou o campeonato sem perder um jogo, mas apenas com o vice-campeonato, perdendo a final nos pênaltis para o São Paulo, que terminou a competição com 12 pontos a menos em um tempo que as vitórias valiam apenas 2 pontos. Na Seleção Brasileira jogou 37 jogos marcando 14 gols, participou da Copa do Mundo de 1978, ao lado de outro atleta atleticano; Toninho Cerezo.
Em 1985, deixou o Galo e foi jogar no Palmeiras, vestiu a camisa do rival por um jogo e encerrou a sua carreira na Holanda.

Carreira Política e o jornalismo:

Reinaldo foi eleito Deputado Estadual em 1990 pelo PT. Reclamou muito sobre o desconto que o partido fazia(e ainda faz) nos salários de seus afiliados e foi desligado do partido. Tentou se reeleger pelo PDT em 94 e não obteve sucesso.
Em 2004, o ex-deputado Reinaldo foi eleito vereador em Belo Horizonte. Tentou a reeleição em 2008 e não conseguiu. Iniciou no Jornal “O Tempo” a carreira de cronistas esportivo onde tomou gosto pela profissão. Formou-se em jornalismo em 2008, pela UNI-BH e hoje é comentarista de esportes das Empresas Associados de BH (Jornal Estado de Minas.e TV Alterosa)
.

Album de Fotografias


Em pose com a faixa de campeão Mineiro de 1976. Era o primeiro título como profissional.


Comemorando gol contra o Cruzeiro Galo 2 x 1


"Gol de placa" contra o América RN em  1978


Está aí a placa do gol acima.


Com Toninho Cerezo, naquela época o Galo era uma máquina.

Para encerrar o post, a frase que foi cantada nas arquibancadas do Mineirão e do Brasil nas décadas de 70 e 80: REI, REI, REI, REINALDO É NOSSO REI....ETERNO REI!!!

domingo, 20 de novembro de 2011

COPA CONMEBOL 1997.

Time do Galo que enfrentou e venceu por 2x0 o Universitario em Lima Peru em 22 de outubro de 1997. Taffarel, SandroBarbosa, Sandro, Hernani, Bruno e Edgard. Agachados: Dedé, Valdir Bigode, Jorginho, Marques e Doriva.


Em 1997, a Conmebol não tinha o mesmo brilho que em 1992. E isso foi devido à uma própria deliberação da Confederação Sul-americana. Isso porque os dirigentes de Assunção proibiram o ingresso dos clubes que já participassem da Supercopa. Mas se a Conmebol já não tinha o mesmo brilho de antes, o Galo tinha! E conquistou seu segundo título internacional oficial de forma invicta.
Em 8 jogos, foram 5 vitórias e 3 empates. E um detalhe; o Galo venceu todos os jogos que disputou fora de casa. Um fato raríssimo, uma vez que as dificuldades de se jogar em campos sul-americanos é notória. Em sua caminhada até a grade final o Galo pegou a Portuguesa no Canindé e logo encaçapou 4X1. No jogo de volta, um empate de 1X1 no Mineirão. Na segunda fase o Galo enfrentou o Universitário de Lima(Peru) e venceu os dois jogos; 2X0 em Lima e 4X0 no Mineirão. Nesses jogos, o Atlético causou uma bela impressão na impressa peruana que afirmou que o Atlético era infinitamente melhor que o Cruzeiro(então campeão da Libertadores da América que naquele ano vencera o Sporting Cristal de Lima por um magro 1X0 em BH).
Nas semifinais, o Atlético enfrentou o refinado toque de bola do América de Cali(Colombia) e novamente obteve uma brilhante vitória fora de casa. Os 2X1 no estádio municipal de Cali, quebrou um tabu que perdurava 13 anos! Isso porque o América de Cali estava invicto naquele estádio contra equipes visitantes(E olha que o América de Cali chegou neste período a 4 finais de Copa Libertadores de América sendo que a no ano anterior perdera o título do torneio mais importante da América para o poderoso River Plate). No Mineirão, o empate de 1X1 só confirmou o que todos esperavam; a passagem para a final da Conmebol 97.
O primeiro jogo da final ocorreu em Lanus, um subúrbio de Buenos Aires(Como é Contagem/Betim é para BH). A tradicional equipe grená do Lanus recebeu o Atlético em seu estádio e não foi nada hospitaleira. Saiu vencendo por 1X0 aos 30 minutos do primeiro tempo. Mas o Galo era valente e num chute da intermediária Bruno empatou para os mineiros aos 40 minutos do primeiro tempo.

 No segundo tempo, o que se viu foi um show do Galo. Valdir logo aos 8 minutos desempatou aproveitando um cruzamento de Marques que veio da esquerda. Aos 12 minutos Valdir, o centro-avante do bigode ampliou; em uma jogada pessoal driblou o zagueiro argentino e chutou para os fundos das redes grenás. A torcida argentina calou e a equipe suburbana do Lanus se perdeu de vez. Atento a isso, o técnico Leão mandou segurar o jogo para fazer o tempo passar. Mas mesmo com esta tática o Galo marcou novamente com Hernani aos 32 minutos do segundo tempo; Galo 4X1.
Tudo corria normalmente, o Galo respeitava o time argentino e sabia que a vitória de 4X1 em plena Argentina era um grande resultado. Mas ao final do jogo; o que se viu foi uma selvageria bem típica dos nossos "hermanos". O campo foi invadido por torcedores, dirigentes e jogadores reservas que partiram pra cima da equipe mineira. PORRADA! PORRADA! Era isso que se ouvia! Até a polícia argentina bateu nos jogadores mineiros. Saldo da Batalha: Dedé saiu desacordado de campo depois que levou um golpe na nuca, o técnico Leão tem uma fratura no rosto, que necessitou de uma correção cirúrgica.
O segundo jogo marcado para 18 de novembro em BH, teve que ser adiada várias vezes por conta daquela famosa armação CBF/REDE GLOBO/PALMEIRAS-PARMALAT. O jogo marcado para o dia 18 do mês de novembro já estava estabelecido 6 meses antes e a CBF tinha consciência disso. Mesmo assim, marcou para o mesmo dia a partida entre Atlético X Palmeiras para a mesma data. Tudo isso já fazia parte do esquema que foi armado para que o Palmeiras chegasse às finais do Brasileirão de 1997. Como revelou Eurico Miranda em um dos seus rompantes de nervosismo.(Mas isso é outra história que contarei com mais detalhes em uma outra oportunidade).
O jogo final da Conmebol, só ocorreu em 17 de dezembro. E como os argentinos não são homens e muito menos gente, vieram com uma equipe totalmente diferente da que jogou o primeiro jogo, tudo isso só para fugir do "pau"! O jogo foi morno e o empate de 1X1 (gol de Jorginho) foi o suficiente para que o Galo conquistasse sua segunda Copa Conmebol.

COPA CENTENARIO DE BH.

Luiz Eduardo, Dedê, Sandro Blum, Hernani e Paulo César Borges. (Agachados)Almir, Dedimar, Doriva, Jorginho, Marques e Bruno
Em 1997, Belo Horizonte completou seu primeiro centenário. Um dos eventos para comemorar esta data foi a realização da Copa Centenário de Belo Horizonte. A Copa Centenário contou com a participação de 8 clubes de 4 paises diferentes.

E o Galo caiu no grupo mais difícil, que além do rival América Mineiro(Na época com uma grande equipe que mais tarde seria campeã brasileira da série B) contava com a presença de Corinthians e Milan da Itália.
E a estréia foi justamente contra o poderoso Milan, que contava em seus quadros o atacante liberiano Jorge Weah eleito o melhor jogador do mundo no ano anterior. Além de outros craques como Maldini, Costacurta...etc; finalistas da Copa do Mundo anterior.
O Galo, contava com o reforço de Toninho Cerezo que despediu do futebol naquela partida vestindo a camisa 100 do Galo.
E logo de cara e sem qualquer cerimônia o Milan começou vencendo por 2X0 e mandava no jogo. A torcida atleticana temia pelo pior, uma goleada. O Grande goleiro Taffarel, tetracampeão em 1994, estava mal e falhou em um dos gols do Milan. O primeiro tempo acabou tendo o Galo escapado de uma sonora goleada.
No intervalo, o Técnico Leão retirou a maior estrela do time, o goleiro Taffarel em seu lugar entrou o goleiro Paulo César Borges. E o segundo tempo começou com o time milanês ainda dominando a partida. Mas o Galo tinha o reforço que desequilibrou a partida. Era a MASSA, que mesmo vendo seu time ser dominado pelos italianos, não desanimou e continuou apoiando. Até que aos 38 minutos o meia Jorginho chutou uma bola de fora da área. Gol do Galo! A torcida que já apoiava foi a loucura. E incediou o estádio e o time do Galo que em uma reação fantástica e improvável conseguiu o gol de empate aos 45 minutos com Hernani.
Ao fim do jogo, os astros do Milan, num gesto grandioso, foram até a beira do gramado. E aplaudiram a Magna Massa. Pois estavam cientes de que sem a ajuda de sua torcida o Galo teria grandes dificuldades de conseguir essa espetacular reação! Que deu impulso aos atleticanos pra conquista da Copa! Pois o principal adversário já tinha passado!
Depois desse jogo mais difícil, o Galo empatou o Clássico com o Coelho. E depois o Vingador obteve outra memorável reação! Um 4x2 contra o Corinthians, de virada. Que levou o Atlético à Final.

Atlético 2 x 1 Cruzeiro

Data: 09/08/1997 Estádio: Mineirão
Público: 39.095 (Pagantes) Renda: R$ 335.885,00
Juiz: Lincoln Afonso Bicalho, Auxiliado por José Eugênio e Marco Antônio Gomes
Gols: Leandro e Valdir para o Atlético;Odair (Cruzeiro)
Cartão Amarelo: Sandro, Jorginho Doriva e Bruno (Atlético); Reginaldo, Donizete Amorim e João Carlos (Cruzeiro)
Cartão Vermelho: Odair ( Cruzeiro)
Atlético: Paulo César; Dedimar, Sandro Blum, Luiz Eduardo e Dedê; Doriva, Bruno (Neguete), Jorginho (Guttemberg) e Leandro; Valdir(Hernani) e Marques Técnico: Emerson Leão
Cruzeiro: Rodrigo Posso; Ricardo, João Carlos, Odair e Gustavo (Tico); Reginaldo, Marcos Paulo (Donizete Amorim), Geovanne e Cleisson; Roberto Gaúcho (Da Silva) e Fábio. Técnico: Wantuil Rodrigues

CAMPEAO EM 1936.


Acima a equipe Campeã dos campeões em Janeiro de 1937. Em pé: Floriano, Florino, Lola, Bala, Quim, Zezé Procópio, Clóvix e Kafunga. Sentados: Paulista, Alfredo, Guará, Nicola e Rezende.

Em janeiro de 1937, a Federação Brasileira de Futebol (precursora da CBF) realizou um torneio que reuniu os campeões estaduais da região sudeste do ano de 1936. Participaram do torneio: Fluminense (Campeão Carioca), Portuguesa(Campeã Paulista), Rio Branco(Campeão Capixaba) e Atlético(Campeão Mineiro).
O primeiro jogo foi na então Capital Federal, o Maravilhoso Rio de Janeiro. Os mineiros ficaram embasbacados com a "Cidade Maravilhosa" e não se concentraram para o jogo. O Resultado; o GALO levou um chocolate do Fluminense; 6X0! E o carioca Kafunga, acostumado com o Rio de Janeiro, uma vez disse:
" Os jogadores ficaram deslumbrados com o Rio de Janeiro, principalmente com as praias. Também pudera, foi naquela viagem que muita gente viu o mar pela primeira vez!"
Do Rio, o GALO seguiu para a Capital Capixaba para enfrentar o Vitória, onde empatou em 1X1 com o Rio Branco. Já em BH, recebeu a Portuguesa e sem nenhuma cerimônia fez 5X0! No Returno, o GALO recebeu o Tricolor das Laranjeiras com sede de vingança. No velho Estádio de Lourdes, o Atlético meteu 4X1 no Fluminense. O Rio Branco foi a BH e também não escapou de uma goleada, 5X1.
O último e decisivo jogo contra a Portuguesa foi em 14 de fevereiro. A equipe passou a semana inteira treinando no estádio Antônio Carlos com as arquibancadas lotadas e Belo Horizonte viveu um tensa expectativa. Ao microfone da rádio Guarani, Álvaro Celso Trindade, o popular Badaró, primeiro narrador de futebol de Minas Gerais, animava a torcida e entusiasmava os jogadores. Na partida da delegação a Estação Central de Trem ficou lotada de atleticanos.
Em São Paulo, a torcida da portuguesa lotou o estádio para incentivar seus jogadores. E com toda aquela empolgação, a Portuguesa saiu na frente, Brandão marcou 1X0. Mas logo depois, Paulista acertou um chute cruzado e empatou para o GALO. A Portuguesa fez 2X1, mas no início do segundo tempo Alfredo empatou novamente. A galera portuguesa que lotava o estádio se irritou e passou a apoiar a equipe mineira. E quando todo mundo pensava que o jogo terminaria empatado, surgiu o "DIABO LOIRO" o grande GUARÁ que acertou um chute de virada no ângulo! Um golaço! Gol que deu números finais a partida, Portuguesa 2X3 Atlético Mineiro.
Em BH, a Massa recepcionou a equipe com uma grande festa. E da Estação Central de Trem, os jogadores foram levados nos braços da torcida até a sede do Atlético em Lourdes. No trajeto, a torcida gritava:
" Nós somos os Campeões dos Campeões!

CAMPEAO EM 1914. COPA BUENO BRANDÃO.


Em 1913, os sócios do Atlético resolveram que o clube deveria mudar de nome. Foi em assembléia-geral, convocada para a noite de 25 de março de 1913, que os sócios e diretores do Atlético Mineiro Futebol Clube decidiram mudar o seu nome para Clube Atlético Mineiro. E foi com sua nova e importante personalidade que o time disputou o primeiro torneio inter-clubes, organizado pela recém-fundada Liga de Futebol de Belo Horizonte. O vencedor receberia o rico troféu "TAÇA BUENO BRANDÃO", nome dado ao troféu em homenagem ao Governador do Estado.

CAMPEAO EM 2010.

CAMPEAO EM 2007.


O Campeonato mineiro de 2007 começou muito ruim para o Galo. Em três jogos o Atlético somou apenas 1 ponto. E depois da derrota para o Tupi a declaração do atleta Alan do time de Juiz de Fora causou um grande mal estar entre as duas diretorias. Alan disse
O Galo está acostumando a ganhar segunda divisão, ele(Atletico) tem que tomar cuidado para no ano que vem ele ter que ganhar a segunda divisão do campeonato mineiro.
Essa declaração rendeu um pedido de desculpas oficial do Tupi ao Atlético. Mas essa atidude desrespeitosa na realidade foi o "start up" para reação do Galo em 2007. A partir daí o Galo deu uma arrancada que poucas vezes se viu. No Clássico contra o Cruzeiro na fase classificatória, o Galo começcou perdendo. Porém, em uma virada emocionante o Atlético virou e ainda fez mais um final 3x1!
A equipe comandada pelo técnico Levir Culpi aplicou uma sonora goleada de 4 a 0 sobre o rival, comandado pelo técnico Paulo Autuori, no Mineirão, no primeiro jogo da final, que após o jogo pediu demissão alegando falta de comprometimento dos seus subordinados.
Autuori surpreendeu na escalação, colocando Nenê, após longo período afastado para se recuperar de uma lesão, em lugar do jovem Guilherme. O clássico teve um início eletrizante, com as duas equipes apresentando um jogo franco, com as duas torcidas entrando no ritmo. Mas o Cruzeiro foi desacelerando aos poucos.
A primeira oportunidade real foi do Atlético, aos 13 minutos, após escanteio da direita. A bola passou na frente de Fábio.
Com Nenê destoando dos demais e com o time desestruturado, o Cruzeiro procurava tocar a bola, enquanto Fellype Gabriel, Araújo e Geovanni se movimentavam de um lado e outro para confundir a defesa atleticana. Já o Galo se apresentava mais estruturado e compactado em campo. A melhor chance de gol no primeiro tempo foi num ataque atleticano. A bola sobrou para o zagueiro Marcos, que chutou, acertando a trave.
O Cruzeiro perdeu o zagueiro Gladstone aos 37 minutos, depois de cometer falta sobre Danilinho. A última chance foi do Cruzeiro, com o atacante Araújo chutando e Diego defendendo, aos 40 minutos.
Na segunda etapa, o Atlético fez 1 a 0 logo aos 20 segundos. Na saída de bola do Cruzeiro, Geovanni perdeu a bola, Danilinho cruzou e Éder Luís marcou de cabeça, para alegria da torcida atleticana e desespero da cruzeirense.
Com o resultado, a vantagem na final estava sendo revertida e só restava ao Cruzeiro ir em busca do empate, arriscando levar o segundo gol. Aos 14 minutos, Paulo Autuori fez duas alterações de uma só vez. Tirou Nenê e Geovanni, colocando Guilherme e Maicosuel. O time ficou mais ajustado.
Aos 20 minutos, Luizão quase marcou contra. O Galo fez 2 a 0 aos 36 minutos. Léo Silva perdeu a bola no meio de campo e Tchô lançou Danilinho, que deu um leve toque sobre Fábio, completou para a rede. Aos 42 minutos, cochilo da defesa cruzeirense. Danilinho foi derrubado por Simões, que foi expulso. O Atlético fez 3 a 0 aos 46 minutos, com Marcinho batendo pênalti. Um minuto depois, na saída de bola, o Atlético a ganhou, o goleiro Fábio estava de costas e Vanderlei selou a goleada.
Já no segundo jogo, o Galo entrou em campo com o regulamento debaixo do braço e perdeu por 2 a 0, placar que não tirou do torcedor a alegria de comemorar o título estadual após sete anos.

CAMPEAO EM 2000.

    
Atlético e Cruzeiro começaram a partida medindo forças, cada um procurando chegar mais próximo ao gol adversário. Mas foi o time comandado pelo técnico Márcio Araújo que levou mais perigo no primeiro tempo. E mostrou também mais eficiência, com o gol marcado por Marques.
Até os 15 primeiros minutos, o goleiro Velloso tinha sido mais exigido - três defesas contra nenhuma de André. Mas até que, num lance de oportunismo, o Galo abriu o marcador. Guilherme segurou a marcação da defesa no meio-campo e deixou Marques livre para avançar. Ele recebeu cruzamento de Ramon e cabeceou para gol.
As jogadas de ataque do Atlético eram óbvias, quase todas passavam por Bruno ou utilizavam a rapidez de Marques. Ainda sim o Cruzeiro mostrou dificuldades para anulá-las. Na hora de atacar, faltou sorte ao time da Toca da Raposa. Se já estava difícil sair da marcação imposta pelo Atlético, parecia impossível superar outra barreira: o goleiro Velloso, em tarde inspiradíssima.
No segundo tempo, o Cruzeiro voltou mais ofensivo, pressionando o Atlético em seu campo de defesa em busca do gol de empate. Mas a precipitação foi crucial para que o time não aproveitasse as chances: cruzamentos errados, que facilitaram as defesas de Velloso.
O gol de Guilherme, aos 11 minutos do segundo tempo, fez com o técnico Marco Aurélio apelasse de vez. Ele tirou Rodrigo e Paulo Isidoro para entrada de dois atacantes, Müller e Zé Roberto.
Fábio Júnior também acabou sendo substituído e foi ironizado pela torcida atleticana, que gritou seu nome. E ainda sobrou para Oséas, outro que foi alvo de gozações. A torcida atleticana, feliz com o placar, começou a gritar “olé".
Mas acabou levando um susto aos 43 minutos, com o gol de Geovanni. Os atleticanos ainda sentiram um frio na barriga quando Zé Roberto tentou cobrir Velloso, mas a bola bateu no travessão, aos 47 minutos. Depois, foi só comemorar.
Os inúmeros passes errados, das duas equipes, no início da partida, mostraram a tensão dos jogadores. O Cruzeiro, que precisava da vitória, partiu para cima do adversário. Mas encontrou um Atlético bem posicionado, com Cleison e Gallo fazendo um cerco pelo meio-campo.
O Cruzeiro, porém, conseguia também neutralizar a principal jogada do Atlético: Cléber Monteiro em cima de Marques. Aos poucos, o time do técnico Marco Aurélio foi se soltando em campo, criando chances seguidas. Na primeira, Zé Roberto chutou, mas Velloso, bem colocado, fez a defesa. Pouco depois, foi a vez de Jackson obrigar o goleiro atleticano a fazer importante defesa, evitando o gol cruzeirense.
Mas, o esquema armado pelo técnico Marco Aurélio começou a ruir a partir do momento que Ronildo e Marques começaram a crescer em campo. O atacante atleticano passou a superar, com facilidade, o jovem Cléber Monteiro. Aos 28 minutos, numa triangulação com Ronildo, Marques tocou para Ramon, que, com categoria, tocou para fazer 1 a 0.
O Atlético cresceu com o gol, ao contrário do rival, abalado com a desvantagem. E Marques, novamente, quase ampliou, ao tocar de calcanhar para grande defesa de André. No segundo tempo, o técnico Marco Aurélio colocou Müller e Geovanni, este no lugar de Ricardinho que saiu machucado. O jovem atacante deu maior movimentação ao time cruzeirense, que fez uma forte pressão sobre o adversário. Fábio Júnior também entrou, e o Cruzeiro passou a jogar com quatro atacantes.
Enquanto isso, Márcio Araújo tratou de fechar a equipe, colocando Valdir em lugar de Lincoln.
O Galo suportou forte pressão: numa cobrança de falta, Geovanni chutou mas a bola chocou-se em Gallo e acabou saindo. O tempo passava e o Cruzeiro partiu para o desespero, sem nenhuma aplicação tática. O zagueiro Cléber fez falta e recebeu cartão amarelo. Reclamou e ameaçou agredir o árbitro Oscar Roberto de Godói. O juiz o expulsou. Na seqüência, Jackson e Ramon trocaram empurrões e também foram expulsos.
O Cruzeiro lutou e, aos 40 minutos, empatou: Geovanni driblou Ronildo e cruzou para Fábio Júnior empurrar, sem chances para Velloso. Um torcedor cruzeirense invadiu o campo, mas foi retirado.
Com o empate, a partida ganhou em dramaticidade. Principalmente por parte do Cruzeiro e torcida. o time tentou de todas as formas desempatar para adiar a decisão do título para o terceiro jogo. Mas não deu: os torcedores do Atlético comemoraram o bicampeonato.

CAMPEAO EM 1999.


Equipe do Galo titulares e suplentes posaram para uma foto para ficar na história do Clube Atlético Mineiro e também do Campeonato Mineiro.

O Campeonato Mineiro de 1999 foi um pouco estranho. Isso porque ele praticamente foi dividido em dois. Na primeira parte foi denominado “ Taça Minas Gerais” que contou com a participação de 8 equipes que são elas:
URT de Patos de Minas
Valério de Itabira
Democrata de Governador Valadares
Social de Coronel Fabriciano
Ipiranga de Manhuaçú
Caldense
Guarani de Divinópolis
Rio Branco de Andradas
Nessa primeira fase classificariam 3 equipes melhores colocadas que enfrentaram outros cinco Clubes pré selecionados para um octogonal que são eles
Atlético Mineiro de BHZ
Cruzeiro de BHZ
América Mineiro de BHz
Vila Nova de Nova Lima
E Caldense de Poços de Caldas
Ao final desse octogonal, os dois melhores classificados se enfrentariam em um play off onde o melhor colocado no octogonal jogaria por 3 resultados iguais. Abaixo as equipes que participaram do Octogonal final denominado 'Taça Governador do Estado de Minas Gerais Itamar Franco'.
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Atlético Mineiro de BHZ
Cruzeiro de BHZ
América Mineiro de BHz
Vila Nova de Nova Lima
Caldense de Poços de Caldas
Valério
URT
Democrata GV

Ao final desse octogonal América e Atlético chegaram a final do Campeonato Mineiro de 1999. O Galo, melhor colocado jogaria por 3 resultados iguais.

Porém, o América em 1999 formara um de seus melhores esquadrões. O Coelho de 1999 era um time que realmente impunha respeito e jogava com maestria. Tanto que enfrentou o Cruzeiro, Vice Campeão Brasileiro do ano anterior 1998 duas vezes e só não derrotou os celestes por pura falta de sorte, pois em seus dois jogos merecera a vitória. Contra o Galo, o América vencera um e perdera outro ficando com o segundo lugar no octogonal, o Coelho gabaritava-se para enfrentar o Galo no Clássico das Multidões. E foi uma decisão duríssima. O América tinha Gilberto Silva, Marco Antônio Boiadeiro, Rui, Rinaldo em seus melhores dias, Rui Cabeção, Somália e Irênio. Desse time americano 2 incorporaram o Galo naquele mesmo ano e participaram da campanha do vice Campeonato Brasileiro de 1999.

No Jogo final de 1999, Alexandre Gallo consagrou-se perante a MASSA ao mostrar grande garra e jogar o terceiro jogo com a cabeça enfaixada após um corte sofrido na cabeça. E a vitória Atleticana no terceiro jogo das finais escreveu uma grande, bela e heróica página no 'CLÁSSICO DAS MULTIDÕES'.

CAMPEAO EM 1995.

Taffarel, Paulo Roberto Costa, Guttemberg, Luiz Eduardo, André Pescara, Paulo Roberto Prestes. Agachados: Belmiro(massagista) Renaldo, Reinaldo Rosa, Euler, Carlos, Éder Aleixo

Em 1995, o Galo queria se refazer do fracasso da ‘SELEGALO'. A SELEGADO foi formada pelo presidente Afonso Paulino que depois de 5 anos acusado de apenas vender seus melhores jogadores queria a todo custo se redimir e quem sabe conseguir a sua reeleição para presidente do Clube, mesmo indo contra ao que dizia o estatuto do Atlético. Afonso Paulino também era questionado por duas coisas que atormentaram o torcedor atleticano em 94. A primeira, era a negociação para a concessão do terreno do antigo Estádio de Lourdes para construção de um Shopping, que com o passar dos anos mostrou-se um bom negócio para o Clube. A outra questão que queimou Afonso Paulino no comando o Galo fora a ida de Toninho Cerezo para nosso maior rival no ano anterior. E na goleada de 3X0 que o Cruzeiro deu no Galo na última rodada do campeonato mineiro de 94 ficou engasgada na garganta do atleticano. E com tudo dando errado na SELEGALO, Afonso Paulino perdeu a eleição para o ex-atleta do Clube Paulo Cury.
E o que foi um desastre no ano anterior transformou-se em um grande sucesso. Paulo Cury, assumiu o comando do Clube e soube com poucos recursos formar uma boa equipe. Aliás, o ex-presidente Paulo Cury pode ser acusado de inúmeras coisas, mas um grande mérito desse dirigente foi saber contratar jogadores.
Foi na gestão de Paulo Cury que chegaram ao Atlético, o Tetracampeão TAFFAREL, Doriva, o Atacante Renaldo que em 96 foi artilheiro do Brasileirão, Valdir Bigode, Marques e foi também ele que trouxe pela primeira vez a Minas Gerais o Técnico Emerson Leão.
E no campeonato Mineiro de 1995, o Galo foi soberano, arrebatando o primeiro e segundo turno. No ultimo jogo do campeonato o centro-avante Renaldo foi consagrado pela MASSA ao marcar dois gols sobre nosso rival. Nas arquibancadas a Massa além de Cantar:

“ El, el, el vai que é sua Taffarel!”

COPA CONMEBOL 1992.


 Na primeira edição da Copa Conmebol, participaram clubes tradicionais como; Peñarol(Uruguay), Grêmio e Fluminense(Brasil), Vélez Sarsfield(Argentina) e Olímpia(Paraguai). Mas quem ficou com o título foi o GALO. Para chegar até a final contra o forte Olímpia, o Galo teve que passar por Fluminense, Atlético Júnior(Colômbia) e Nacional de Quito(Equador). Não foi fácil, sobretudo o jogo contra o Nacional de Quito, onde além de enfrentar a altitude da capital equatoriana, o Atlético teve que jogar ao meio-dia (ou as 3 horas da tarde no fuso de Brasília/BH).
O Segundo jogo, não foi realizado no tradicional Estádio Defensores del Chaco, e sim no acanhado estádio Manuel Ferreira de propriedade do Olímpia. Tudo isso, para garantir a pressão da torcida sobre os jogadores do Atlético. Mas o Galo não se intimidou, consciente da vantagem de dois gols, o técnico Procópio Cardoso armou uma retranca para segurar o ímpeto dos paraguaios. E mesmo assim, o Galo levava mais perigo ao gol paraguaio através de Sérgio Araújo, que alternando ataques pela direita e esquerda causava pânico generalizado nos defensores do Olímpia. O Olímpia tinha a posse de bola, mas pouco produzia de concreto e a medida que o tempo passava o nervosismo crescia no lado paraguaio.
No segundo tempo, o Atlético continuou a jogar com muita consciência, e logo no primeiro minuto Aílton perdeu uma grande chance, ao pegar uma bola na cara do goleiro e chutar em cima de Goycochea. Logo depois, Sérgio Araújo e Aílton entram tabelando, envolvem a defesa do Olímpia e o ponta chuta, de esquerda, obrigando o goleiro a fazer uma boa defesa.
Moacir desfilava sua categoria, jogando com elegância e dominando as ações no meio-campo. A torcida, irritada, passou então a vaiar a sua equipe que, nervosa, não conseguia criar lances de perigo para João Leite. Em um lance bobo, Claudinho foi expulso. Depois de sofrer uma falta, o jogador estava sendo retirado, quando resolveu pular da maca.
No final da partida Mário Ramires também foi expulso. o zagueiro paraguaio abusou durante todo jogo de jogadas violentas e quando pegou Moacir violentamente, após levar um drible espetacular do atleticano, o juiz lhe mostrou o vermelho. Quando tudo indicava que a partida terminaria em 0X0, o jogador Caballero marcou o gol paraguaio em uma jogada que começou em um lançamento do meio-campo que chagou a linha de fundo. Antes que a bola saísse, o jogador Caballero tocou totalmente sem ângulo e para a surpresa de todos(inclusive para João Leite) a bola entrou. Final Olímpia 1X0 Atlético.
Nunca uma derrota foi tão comemorada pelo Clube, que pela primeira vez em seus 84 anos de existência o Galo chegava a um título oficial internacional. Clube Atlético Mineiro, o primeiro campeão da Copa Conmebol.

CAMPEAO EM 1991.


Algumas coisas que eu nunca esqueci nesse ano: A decisão na semifinal no Morumbi contra o SP com mais de 15 mil atleticanos , os 11x0 contra o Caiçara na Copa do Brasil e o grito eterno de "NÃO TEM PRA PAULISTA E NEM CARIOCA - NÓS CARIMBAMOS O CAMPEÃO DA SUPERCOPA!!!" Contra as marias no clássico da final.

CAMPEAO EM 1989.


O velho e acanhado Estádio Duarte de Paiva, localizado em Sete Lagoas entrou para a estória do futebol na noite de 6 de julho de 1989. Isso porque foi lá que realizou-se o jogo decisivo do campeonato mineiro de 1989. Horas antes do jogo, a porta do estádio já apresentava um grande movimento. As 8 da noite, com as arquibancadas totalmente lotadas, a polícia militar fechou os portões, deixando muita gente nervosa do lado de fora. Até mesmo a tradicional charanga teve que tocar embaixo das arquibancadas de madeira e ouvir o jogo pelo rádio.
Mas era dentro dos vestiários que a expectativa aumentava. "Não podemos esperar que o resultado saia naturalmente", recomendou Jair Pereira a seus comandados. O capitão Luizinho concordava e garantia: "Não haverá problemas".
O que se viu durante todo o primeiro tempo, que terminou com um 0X0, não foi exatamente o previsto. A linha de zagueiros do Democrata/SL fechava bem o meio da área e Gérson não tinha espaços para se deslocar. Quando os times voltavam, porém, verificou-se logo o dedo do treinador. O centroavante saía para buscar jogo e levava sempre um zagueiro para o meio-de-campo. Com isso, Renato podia tabelar com Éder e Paulo Roberto. Foi com essa estratégia que nasceu o primeiro gol. Na linha de fundo, Éder tabelou com Renato, que apenas escorou para Paulo Roberto largar a bomba, sem chances paro o goleiro: GALO1X0! Aos 31 minutos Marquinhos lançou Renato pelo miolo da zaga e ele fatura o segundo gol. Era o gol que faria a Massa gritar a todo pulmão: "Galo BI-Campeão!"
Ao trilar o apito final, a pequena torcida invadiu o campo, pulando o alambrado e cortando a tela de proteção. Queria abraçar seu ídolos, com justa razão. O técnico Jair Pereira foi carregado nos ombros e os foguetes iluminaram os céus de Sete Lagoas. As ruas e avenidas próximas da bela lagoa central da cidade eram sacudidas pelos gritos e pelo foguetório. Como saiu, a caravana voltou: cantando o hino do Clube, rindo de alegria.
No vestiário, o entusiasmo não era menor. O título premiara a melhor campanha do campeonato e os jogadores enfatizavam isso. "Dei a volta por cima" dizia Éder. "Muitos não acreditavam que eu fosse capaz de me redimir. É bom sentir essa emoção de novo." Outro grande destaque era o veterano meia Renato. Aos 31 anos, encontrou apoio e afeto por parte dos torcedores.Mas toda a comemoração teve hora para acabar. Isso porque no domingo, haveria mais um jogo válido pelo campeonato mineiro de 1989. E se o jogo não tinha poder de decisão no campeonato, valia como se fosse um, pois era nada mais nada menos que um Atlético e Cruzeiro.
Quem deixou de ir ao Mineirão perdeu a comemoração . Os cruzeirenses entraram em campo já humilhados pela perda do campeonato por antecipação. E o Galo não quis nem saber e foi à frente. Aos 41, Renato marcava o primeiro. Depois de um cruzamento para a área, o goleiro não segura: no bate-rebate, ele fuzila para as redes. A Massa ainda estava de pé quando Robertinho ampliou o marcador. Depois de uma falta batida por Éder, perto da linha de fundo, Pereira espalma e o ponta escora com a perna esquerda. Os cruzeirenses estavam arrasados e batidos.
No Segundo tempo, , logo aos 9, Renato deitou rolou(literalmente!) e fez o terceiro. Após o gol ele corre até o banco de reservas e abraça seus companheiros! Era o adeus do veterano craque que trocava o Galo pelo futebol japonês.
Ao encerrar o jogo veio a Taça, que caprichosamente foi carregada pelos jogadores do Galo sob os olhos dos cruzeirenses que apelavam: "A taça não pode ser entregue! Ainda faltam alguns jogos para o campeonato acabar!" Os atleticanos respondiam: " O choro é livre, o bi é nosso! Hahahahaha...." E como se não bastasse, a equipe atleticana saiu do Mineirão num carro do Corpo de bombeiros que se dirigiu para a sede de Lourdes. E nas ruas a Massa entre um chope e outro gritava: "Ê ô ê ô é o Galo que manda em Belô!"

CAMPEAO EM 1988.


A equipe campeã de 1988: Em pé: João Leite, Carlão, João Pedro, Éder Lopes, Flávio e Paulo Roberto. Agachados: Sérgio Araújo, Renato, Jason, Vândre Luís e Marquinho Carioca

Quando o juiz José Cheu da Silva soou o apito final no Mineirão selando a vitória que deu o título Mineiro de 1988 ao Atlético, o técnico Telê Santana imediatamente viu um mundo de ávidos microfones disputando suas palavras. Telê no entanto, ficou mudo por alguns instantes. Ali, à beira do gramado, o ex-técnico da Seleção Brasileira não sabia o que dizer para descrever o momento que vivia. "É campeão, é campeão", sintetizava por ele a Massa atleticana.
E em 1988, o Galo foi campeão com muita justiça! o Atlético venceu o primeiro turno e, com a vitória de 1X0 sobre o Cruzeiro em 10 de julho de 1988, levou o título. Assim, dispensou até a realização de um triangular final - Objetivo do Cruzeiro que, para alcançá-lo, necessitava de um simples empate que não veio. O Galo, logo aos 13 minutos do primeiro tempo marcou o seu gol. Renato avançou em diagonal pela direita e passou no meio a Sérgio Araújo. Este lançou Carlão em profundidade, que fez um cruzamento para Jason tocar de cabeça para o gol. (GOL DO TÍTULO!)
"Muito obrigado garoto", agradecia Telê ao centroavante Jason, dando-lhe um abraço apertado. À medida que se soltava em delírio, o técnico era só agradecimentos à equipe. "O Atlético para mim é uma segunda casa", exaltava. "Sinceramente, nunca trabalhei com um grupo tão bom, dedicado, unido e profissional." Nem por isso Telê deixou de fazer um certo suspense sobre seu futuro. "Estou cansado", dizia, "Pode ser que eu dê um tempo."
Emocionado, o médico Neylor Lasmar, ex-integrante da comissão técnica de Telê nas Copas do Mundo de 1982 e 1986 não lhe poupou elogios. "Tínhamos que ser campeões juntos um dia", vibrava. "Eu queria este título por ele!" Nos ombros dos goleiros João Leite e Rômulo, o veterano treinador foi carregado para a frente da Massa. Ovacionado, Telê viveu um momento que não tinha desde 1977, quando ganhou o título gaúcho com o Grêmio. Para o Galo, foi apenas a volta à rotina - era o 32° título mineiro e o sétimo dos oito títulos que o Galo arrebatou anos 80- O Goleiro João Leite dizia: " Dar mais uma volta olímpica com a camisa do Galo é sempre uma alegria!"
 "Sei que a torcida tem loucura por ele". comentava o quarto-zagueiro João Pedro sobre Luizinho, titular da posição. "Mas fiquei feliz pela oportunidade e tenho certeza que O substituí à altura." Luizinho, suspenso, preferiu torcer e vibrar de sua casa em Nova Lima, distante 20 km de Belo Horizonte. Sua ausência e a de seus companheiros, porém, desarmou aquela que poderia ser a maior desculpa para o fracasso cruzeirense. "O Ademir e o Careca fizeram falta." admitia o meia cruzeirense Heriberto sobre os jogadores do Cruzeiro servindo a Seleção Pré-Olímpica de 88. "Mas a verdade é que jogamos mal, só isso."
E Heriberto tinha razão. O resultado poderia ser mais expressivo. O ponta Sérgio Araújo, contundido e depois barrado numa seqüência de partidas, provou que ainda não saciou seu apetite de bola: infernizou a vida do experiente lateral Wladimir. "Procurei me mexer bastante para abrir espaços", disse. Ao seu lado, Renato engrossou o coro: “A equipe esteve perfeita no primeiro tempo, mas não tivemos sorte nas finalizações”. 
Renato, que não acertou o pé na final, acabou ficando com doze gols no certame. "Não dava mesmo para alcançar a artilharia." , resignava-se. Do outro lado, o camisa 9 do Cruzeiro, queixava-se. Hamílton, que somou dezesseis gols dizia: "Preferia ter feito um só, mas que fosse o gol do título."
Para sua decepção, o autor da façanha foi Jason, contratado ao Rio Negro do Amazonas com o campeonato em andamento. "Eu sou demais", gabava-se o atacante. "É a lembrança que vou deixar!" (E foi mesmo, depois disso Jason desapareceu do mundo do futebol.)
Mas não foi apenas esta a imagem que o Galo deixou viva na memória de sua torcida. Além de retomar do rival Cruzeiro, a hegemonia do futebol mineiro, o Atlético lavou a alma de Telê . "Só não somos campeões brasileiros por injustiça!" reclamava o técnico referindo-se à Copa União de 1987. "Nós vencemos os dois turnos da copa União." Declarou Telê numa animada festa que entraria noite a dentro no Clube Labareda. Para a torcida que foi ao Mineirão na tarde de 10 de julho de 1988 ficou a consideração que Telê foi o verdadeiro autor do gol de Jason d'aquela memorável tarde de domingo.

CAMPEAO EM 1986.


Esse foi o timaço do Galo que ganhou o campeonato Mineiro de 1986 e mais tarde disputou o Campeonato Brasileiro de 1986 ficando mais de 18 jogos invicto e terminando em terceiro lugar. Foto retirada no jogo entre Atético 2X1 Corinthians no Pacaembu. Naquele dia, o Estádio do Pacaembu recebeu uma de suas maiores lotações 41 mil pessoas viram o Galo vencer o Corinthians com um gol de Nunes aos 42 min do segundo tempo. Nesse mesmo jogo, o goleiro reserva Pereira ganhou definitivamente a confiança da Massa e um lugar no time após fazer defesas fantásticas segurando até mesmo um penalti. Em pé: Nelinho, Elzo, João Pedro, Luizinho, Jorge Valença e Pereira. Agachados: Sergio Araújo, Everton, Nunes.


CAMPEAO EM 1985.


Cruzeiro e Atlético realizaram uma das mais equilibradas decisões da história do campeonato mineiro. Em três jogos, dois empates – 0x0 , 2x2 e um 1x0. O jogo decisivo também não saira do empate no tempo normal. Somente no segundo tempo da prorrogação o Galo conseguiu o que todos esperavam, o gol do título.Em 1985, o galo sofria um questionamento sobre a idade média o time. A geração de ouro do Galo, formada pelo técnico Barbatana estava se exalrindo. Reinaldo após várias contusões e operações no joelho vivia um dilema, se jogava s não treinava, se treinasse não jogava. Paulo Isidoro depois de anos fora do Galo voltava para comandar o meio campo. Nelinho apesar de grande arma nas cobranças de falta era questionado pela falta de velocidade.
E a prorrogação, no último jogo do ano, após três clássicos em uma semana e debaixo de uma forte chuva foi mais um duro teste que esse time teve que enfrentar e superar. Enquanto os jogadores do Cruzeiro bebiam água no intervalo e chupavam laranjas, o drama tomava conta do Atlético. Primeiro, pela substituição ainda no tempo normal de Heleno por Vito Capucho. Depois Paulinho estafado e gripado sentiu tonturas e correu para os vestiários pra fugir um pouco da chuva. Mas o pior seria Elzo. Ele teria o supercílio aberto e, também gripado, precisaria receber uma bandagem grossa em volta da cabeça para estancar o sangramento. De “morto”, Elzo entrou elétrico e começou ali a decidir o jogo. Os companheiros animaram-se e, superando a retranca cruzeirense que tentava levar o jogo para a disputa em pênaltis, Paulinho marcou logo aos 2 minutos do 2o. tempo da prorrogação o gol redentor. Atlético 1x0 Cruzeiro. Nos vestiários, Isidoro gritara a todos “E quem disse que nós estamos velhos?”. Boa pergunta!

CAMPEAO EM 1983.


Em 1983, o Galo vendeu um de seus maiores jogadores. Toninho Cerezo foi vendido para a Roma da Itália por 1 milhão de dólares. Era sem dúvida um valor altíssimo para época. Éder, outro jogador do Galo que fizera sucesso na Copa do Mundo de 1982, chamou a atenção dos árabes e seus petrodólares.. Mas Elias Khalil disse não a essa milionária proposta por Éder.
Sem um de maiores ídolos, e depois de mais uma frustração no Campeonato Brasileiro ao ser eliminado pelo Santos no Mineirão perante 113 mil pagantes no Mineirão em 22 de maio de 1983, o Atlético entrou no campeonato mineiro desmotivado. E nem o excesso de clássicos era o bastante para gerar interesse tanto na torcida quanto no time.
Na estréia em 12 de junho em Uberlândia foi acompanhada por poucos torcedores e a goleada de 4x1 não motivou muito a equipe. No clássico do dia 16 de outubro o Galo aplicou no Cruzeiro a maior goleada da Era Mineirão até então 4X0 fora o ‘Showcolate’ com gols de Reinaldo, Éder (2) e Renato.
No Clássico seguinte em 13 de novembro, o Cruzeiro queria a revanche. E logo aos 30 segundos de jogo já estava ganhando. Aí foi a vez do lateral Heleno brilhar aos 16 minutos empatou para o Atlético e aos 24 minutos do primeiro tempo marcou novamente. Renato Morungaba (Renato pé Murcho) definiu o placar ainda no primeiro tempo, aos 45 minutos marcou o seu gol. Final Galo 3X2 Cruzeiro. Não tinha jeito, mesmo desmotivado e sem interesse o Galo era melhor!
O título foi confirmado no jogo contra o nacional de Uberaba quando o Galo venceu por 3X0. Eram 30 mil empolgados atleticanos vestidos de branco e preto(24000 pagantes). Eles foram ao Mineirão presenciar um feito inédito, emocionante: ver seu clube conquistar o hexacampeonato mineiro. Afinal, todos já sabiam que o modesto Nacional, de uberaba, seria impotente para impedir a festa.
E não deu outra. O Atlético venceu por 3 x 0, mas poderia ter enfiado cinco ou seis gols. O time foi tão brilhante e eficiente como em todo o torneio - quando quis ser. Levantado a duas rodadas do final, o título desde o início de temporada, já dava a impressão de ter dono: o próprio Galo. E a previsão não falhou.E mesmo no último jogo quando o Atlético perdeu para o Cruzeiro por 4X0 não abalou a equipe que fez a maior seqüência de títulos na era do profissionalismo em Minas Gerais. Galo HexaCampeão!No jogo das faixas, o Cruzeiro venceu por 4 x 1 e houve pancadaria. Mas quem se lembraria disso em meio à festa?

CAMPEAO EM 1981.

Na decisão, um impressionante público de 108 mil pagantes para ver esse timaço arrebentar de virada o Cruzeiro.

As finais são quase sempre, para os grandes craques. Eles é que, nas decisões mantém os nervos firmes e decidem. Mas o campeonato Mineiro de 1982 essa máxima não valeu. O Galo de 1982 tinha no time Nelinho, Éder, Reinaldo e Cerezo, mas quem brilhou foi o jovem Catatau. Foi Catatau que com seu futebol ágil fez a diferença no jogo e destruiu a retranca Cruzeirense e deu ao Atlético o Pentacampeonato Mineiro em 82.
Ingênuo e simples, Catatau nem conseguia explicar direito como jogara, como apavorara seu marcador Luís Cosme, o melhor homem da defesa adversária. Humilde agradecia ao time: "Meus companheiros me deram muita força. O Nelinho conversou muito comigo, e eu joguei descontraído. " Calmo, sempre bem colocado, veloz, Catatau deu ao Atlético o que lhe faltou durante quase todo o campeonato: UM VERDADEIRO PONTA-DIREITA, que buscasse a linha de fundo e cruzasse com precisão. Domingo, além do gol que marcou e foi - erroneamente anulado, Catatau construiu a vitória atleticana com suas jogadas individuais, única saída que restava a um time que começou pedendo de 1X0 num gramado encharcado pela forte chuva que caiu naquela tarde no Mineirão.
Sempre achei que podia ganhar" dizia Nelinho, "Mesmo quando perdíamos de 1X0, porque o meio-campo deles não estava marcando bem. Se não houvesse, seria uma goleada. " Mas, se prejudicou o jogo, a chuva não conseguiu impedir a festa. Na saída do Mineirão, cercado por torcedores molhados, Cerezo dizia: "Foi o título mais disputado que já ganhamos."
Fora do time durante dez partidas, por culpa de uma costela fraturada, Cerezo voltou num momento vital; no jogo contra o Vila Nova quando abriu o caminho para vitória de 2X0.
Lacerda, o preparador físico promovido a técnico a seis rodadas da final, acrescentava: Foi Nelinho quem deu equilíbrio à equipe nos piores momentos como hoje, quando perdíamos por 1X0. Ele manteve a calma de todos, e o próprio Catatau deve muito de sua atuação ao Nelinho. " Depois, quando o Atlético vencia e os jogadores do Cruzeiro, desesperados, tornaram o jogo violento, foi Nelinho quem garantiu a calma: "Deixa pra lá, gente... no ano que vem teremos forra.
Em campo, o Galo dava as ordens. Luisinho, perfeito, parecia jogar em um gramado seco e limpo: Tostão e Eudes não levaram vantagem com ele, e até as falhas de Osmar foram camufladas. "Nossa trabalho foi facilitado pelo esforço de Heleno na cabeça de área", explicava Luisinho que, assim, fazia justiça ao jogador que mais se sacrificou em benefício do time este ano.
Jogando plantado ou deslocando-se para abrir caminho para os companheiros, Heleno recebeu críticas contraditórias. sem no entanto se abalar. "Eu não ligo para isso", dizia. O "Interessa é que o time jogue bem, e se isso depender do meu sacrifício, no ano que vem estou pronto para ser criticado de novo e ganhar o hexa. " Para Lacerda, a eficiência de Heleno foi total: "Ele é um Piazza no Atlético, é quem dá condições aos companheiro de tomarem a bola, E ainda lança bem."

CAMPEAO EM 1981.

CAMPEAO EM 1980.


Timaço do Galo de 1980. Desta equipe 3 foram titulares na Copa do Mundo de 1982.(Cerezo, Luizinho e Éder) Ficaram de fora os selecionáveis; João Leite e Reinaldo. Talves com esses dois atleticanos o Brasil conseguiria evitar a tragédia do Sarriá, quando a Seleção de Telê foi derrotada pela Itália de Paulo Rossi.

CAMPEAO EM 1979.


Em 1979, o Atlético vivia a espera da demorada volta de Reinaldo aos gramados. Após um longo tempo fora dos gramados, o Galo e sua torcida estavam na expectatica para volta do craque artilheiro.
Mas se por um lado, Reinaldo aproximava de sua volta, outro grande craque sofrera uma grave contusão. Toninho Cerezo contundiu-se e ficou fora de praticamente todo campeonato. Mas sua volta não poderia ser em melhor momento. Na fase final contra nosso rival do Barro Preto Cerezo voltou e ajudou o galo no bicampeonato de 1979. O HEXA estava a caminho!
Com a volta do Rei, logo após o termino do campeonato mineiro, o Galo viveu um dilema que poucos clubes no mundo tiveram um priviléigio igual. Dois grandes artilheiros disputavam a camisa nove. E com o Rei totalmente recuperado Dadá deu Adeus ao time sem nunca deixar de morar no coração da 'MASSA'.

CAMPEAO EM 1978.


Em 1978, o Atlético tinha seu maior jogador fora de jogo. Reinaldo, vítima dos zagueiros implacáveis teve seu joelho direito totalmente destruído. Vendo que não teria seu centro avante durante quase um ano a diretoria fez uma jogada de mestre. E o que era “problemática” virou “solucionática”. É ISSO MESMO QUE VOCÊ CARO LEITOR ESTÁ PENSANDO! Em 78 o Galo re-contratou Dadá Maravilha! E como com DADÀ não tem placar em branco, o Galo de 78 foi só alegria!
Mesmo chegando na metade do campeonato, Dario marcou nove gols que ajudaram o Galo a iniciar uma saga que seria completada 5 anos depois. Era o início do Hexa!!!
Em 1978, Reinaldo foi afastado por um ano do futebol, culpa do joelho e de seus desleais marcadores. Vítima de toda sorte de mediocridade, o craque teve um de seus meniscos extraído sem necessidade pelo antigo médio do Atlético, Abdo Argges. Jogou por um bom tempo à base de infiltrações no joelho, até que, em 1976, do Dr. Neylor Lasmar passou a responder pelo departamento médico do Clube.
Lasmar mandou interromper as infiltrações e submeteu Reinaldo a um tratamento à base de cortisona e radioterapia. Mais tarde, o levou para os EUA, onde o Rei foi operado no Hospital Lennox Hill pela maior autoridade mundial em ortopedia esportiva, o Dr. James Nicholas. O médico explicou o que se passava com o joelho do craque Rei:
“Debaixo da rótula havia muita cartilagem, mais restos de menisco, que estavam entre a rótula e o osso. Assim, cada vez que ele mexia a perna, sentia uma sensação terrível de dor, mais ou menos como se estivesse espremendo um dedo contra uma porta”(1)

CAMPEAO EM 1976.


Há muito tempo a torcida do Atlético não via seu time jogar tão bem como em 1976. Dando show em todas as partidas, chegar à decisão, numa série de melhor-de-três contra o Cruzeiro, foi contingência do regulamento. Em número de pontos e gols, o Galo estava dispardo na frente. O sinal mais evidente dessa diferença estava nas arquibancadas do Mineirão, no dia da primeira partida da série: 80% do estádio tomado pela Massa atleticana(Não é de hoje que os cruzeirenses fogem do pau!). A torcida cruzeirense fez barulho até começar a partida. A superioridade do Galo era tanta que a bola não chegou à área de Ortiz, o goleiro argentino que fez sucesso naquele ano.
Depois do 17° minuto, só se ouvia a Massa alvinegra: Reinaldo fez 1X0. No segundo tempo, Marcelo aumentou para 2X0, logo aos 6 minutos. O resto foi um show de bola.
Tudo se repetiu no dia 3 de abril , quando, desde a abertura dos portões, o Mineirão viveu apenas uma festa atleticana. Os gritos de "É... Campeão, é... Campeão..." não esperavam pelo início da partida. Desta vez, o Cruzeiro estava melhor - e foi um jogão. Piazza, Nelinho, Joãozinho, Eduardo, Raul e seus companheiros estavam mordidos pelo chocolate que levaram no domingo anterior.
O equilíbrio dos primeiros minutos foi total e espetacular. Reinaldo passou por Darc e chutou no canto. Raul defendeu. Eduardo(Eduardo Rabo-de-Vaca aquele que treinou a equipe que chegou a 3° posição do Brasileirão de 1996) aplicou um "rabo de vaca" em Dionísio e cruzou: Valdo cabeceou raspando a trave. Marcelo recebeu de Cerezo, entrou na área e chutou para fora. Tabela , Reinaldo-Marcelo; Raul defende no canto. Chute de Nelinho: Ortiz manda a escanteio. Emocionante!
Mas como em outras épocas, os adversários não resistiam a goleadores como Mário de Castro, Guará, Carlyle, Ubaldo e Dario, o Cruzeiro não resistiu a Reinaldo. Aos 33 minutos, numa bola jogada pela esquerda, ele entrou na área e chutou no canto, sem a menor chance para Raul: Atlético 1X0!
Daí, seguiu-se um enorme número de belas jogadas de Reinaldo, Cerezo, Marcelo e Paulo Isidoro. E em uma dessas belas jogadas, Marcelo marcou o segundo gol atleticano depois de tabelar com Reinaldo entrar na área cruzeirense e tocar na saída do goleiro Raul aos 21 minutos do segundo tempo. Galo 2X0!
Depois foi só festa. O Galo acabava com o domínio do Cruzeiro no Mineirão e ao mesmo tempo mostrava para o Brasil um time de garotos(com idade média de 21 anos) que viria a ser no ano seguinte a sensação do campeonato Brasileiro de 1977.

CAMPEAO EM 1975.

Marcio Paulada, Getulio, Zollini, Grapete, Claudio Mineiro e Wanderley. Ag - Paulinho, Drio, Marcelo, Campos e Romeu.

CAMPEAO EM 1970.

Careca, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderley Paiva, Vantuir, Cinconegui(Agachados)Ronaldo,Oldair, Dario,Lacy e Tião

No início de 1970, Yustrick, ' O HOMÃO' foi dispensado do comando técnico do Galo. Em seu lugar entrou o 'MAGRO', chegou a sede o Galo dirigindo um 'Gordini' cinza-grafite. Esse 'MAGRO', estacionou seu carro na Avenida Olegário Maciel, um pouco abaixo da esquina de rua Bernardo Guimarães, desceu e atravessou a via pública sem ninguém o incomodar ou reconhece-lo. Era a primeira vez que o homem magro, de modos serenos, de 38 anos de idade, cruzava as portas de vidro do prédio da avenida Olegário Maciel 1516. Foi ao terceiro andar onde ficava a diretoria. Lá estava o Presidente do Clube Nelson Campos, que acabara de tomar posse e o vice, Fábio Fonseca e Silva.
Conversou o que tinha que conversar e, mais ou menos uma hora depois, retornou a seu carro. Depois desse dia a recepção discreta no aeroporto da Pampulha marcou sua chegada ao Galo. Pouco tempo depois, o dono daquele Gordini desfrutaria um prestígio tão grande que nunca mais conseguiria ira parte alguma sem ser parado a cada metro. O dono do Gordini cinza-grafite chamava-se Telê Santana.
Telê fora um bom jogador, em um tempo de grandes craques o ‘ Fio de Esperança’ apelido que era conhecido no Fluminense do Rio de Janeiro, Clube aliás onde fez toda sua carreira. Como técnico, também foi no Fluminense que esse mineiro de Itabirito começou sua carreira de treinador.
Quando chegou TelÊ encontrou um ambiente no Galo que não era dos melhores. Telê tirou leite de pedra para dar ritmo ‘aquela equipe que com salários atrasados e com uma dívida de 1,1 milhão de dólares (estratosferica para época)que lhê fizera vender seu antigo campo a Prefeitura de Belo Horizonte.
Telê chegou e mostrou uma maneira diferente de trabalhar. Cancelou as punições e concentrações permanentes de Yustrick e implantou seu padrão, baseando no treinamento insistente e repetitivo.
Com os atletas que encontrou, escalou o time para o Campeonato Mineiro de 1970. Foi uma campanha espetacular. O Galo venceu nove dos dez jogos do primeiro turno. E liderava a competição com folga quando entrou em campo no dia 2 de agosto para enfrentar o Cruzeiro.
O Cruzeiro começou ganhando. A torcida celeste vibrava quando Dario recebeu entre Fontana e Morais. Mesmo entre os dois zagueiros tentando empurra-lo Dada peito de Aço marcou o gol de empate. No segundo tempo, o Cruzeiro trocou de zagueiro, tirou Morais e colocou Darci Menezes e em uma jogada Idêntica Dario Marcou o gol da virada.
O Título de 1970, foi conquistado com 2 rodadas de antecipação. Na vitória sobre o Tupi no Mineirão. No último jogo contra o rival o empate de 1x1 foi só para alegrar a MASSA. E o gol sobre os celestes também foi de Dario. Final, Galo Campeão Mineiro de 1970. O primeiro título da era Mineirão e o fim do jejum de 7 anos sem títulos. Foi o prelúdio do que viria no ano seguinte.

CAMPEAO EM 1950.


A equipe que foi a Europa e conquistou o título de Campeão do Gelo foi a mesma que em 1950 conquistou o campeonato mineiro.

O Campeonato Mineiro de 1950 foi dividido em dois pelo Galo. Isso porque durante 50 dias o Atlético esteve impossibilitado de comparecer aos jogos. O Atlético estava na Europa jogando debaixo do frio e neve. Quando voltou além do título de campeão do Gelo, o Galo também arrebatou o título mineiro daquele ano.
Para evitar de perder todos os jogos do campeonato mineiro de 50 por WO, o Atlético pediu uma autorização da Liga Mineira e da CBD para viajar a Europa.