domingo, 20 de novembro de 2011

CAMPEAO EM 1981.

Na decisão, um impressionante público de 108 mil pagantes para ver esse timaço arrebentar de virada o Cruzeiro.

As finais são quase sempre, para os grandes craques. Eles é que, nas decisões mantém os nervos firmes e decidem. Mas o campeonato Mineiro de 1982 essa máxima não valeu. O Galo de 1982 tinha no time Nelinho, Éder, Reinaldo e Cerezo, mas quem brilhou foi o jovem Catatau. Foi Catatau que com seu futebol ágil fez a diferença no jogo e destruiu a retranca Cruzeirense e deu ao Atlético o Pentacampeonato Mineiro em 82.
Ingênuo e simples, Catatau nem conseguia explicar direito como jogara, como apavorara seu marcador Luís Cosme, o melhor homem da defesa adversária. Humilde agradecia ao time: "Meus companheiros me deram muita força. O Nelinho conversou muito comigo, e eu joguei descontraído. " Calmo, sempre bem colocado, veloz, Catatau deu ao Atlético o que lhe faltou durante quase todo o campeonato: UM VERDADEIRO PONTA-DIREITA, que buscasse a linha de fundo e cruzasse com precisão. Domingo, além do gol que marcou e foi - erroneamente anulado, Catatau construiu a vitória atleticana com suas jogadas individuais, única saída que restava a um time que começou pedendo de 1X0 num gramado encharcado pela forte chuva que caiu naquela tarde no Mineirão.
Sempre achei que podia ganhar" dizia Nelinho, "Mesmo quando perdíamos de 1X0, porque o meio-campo deles não estava marcando bem. Se não houvesse, seria uma goleada. " Mas, se prejudicou o jogo, a chuva não conseguiu impedir a festa. Na saída do Mineirão, cercado por torcedores molhados, Cerezo dizia: "Foi o título mais disputado que já ganhamos."
Fora do time durante dez partidas, por culpa de uma costela fraturada, Cerezo voltou num momento vital; no jogo contra o Vila Nova quando abriu o caminho para vitória de 2X0.
Lacerda, o preparador físico promovido a técnico a seis rodadas da final, acrescentava: Foi Nelinho quem deu equilíbrio à equipe nos piores momentos como hoje, quando perdíamos por 1X0. Ele manteve a calma de todos, e o próprio Catatau deve muito de sua atuação ao Nelinho. " Depois, quando o Atlético vencia e os jogadores do Cruzeiro, desesperados, tornaram o jogo violento, foi Nelinho quem garantiu a calma: "Deixa pra lá, gente... no ano que vem teremos forra.
Em campo, o Galo dava as ordens. Luisinho, perfeito, parecia jogar em um gramado seco e limpo: Tostão e Eudes não levaram vantagem com ele, e até as falhas de Osmar foram camufladas. "Nossa trabalho foi facilitado pelo esforço de Heleno na cabeça de área", explicava Luisinho que, assim, fazia justiça ao jogador que mais se sacrificou em benefício do time este ano.
Jogando plantado ou deslocando-se para abrir caminho para os companheiros, Heleno recebeu críticas contraditórias. sem no entanto se abalar. "Eu não ligo para isso", dizia. O "Interessa é que o time jogue bem, e se isso depender do meu sacrifício, no ano que vem estou pronto para ser criticado de novo e ganhar o hexa. " Para Lacerda, a eficiência de Heleno foi total: "Ele é um Piazza no Atlético, é quem dá condições aos companheiro de tomarem a bola, E ainda lança bem."