domingo, 20 de novembro de 2011

VICE EM 1999.

Galvan, Veloso, Mancine, Claúdio Caçapa, Ronildo e Gallo, (Agachados)Marques, Adriano,Lincoln, Robert e Valdir. Esse é o time do Galo sem a presença de Guilherme que incorporou ao time somente algumas rodads do após do início do Campeonato.

Na primeira partida válida pela decisão do Campeonato Brasileiro de 1999 o Galo derrotou o Corinthians por 3X2. No jogo, brilhou a estrela do artilheiro Guilherme, autor dos 3 gols do Galo e que deu uma tremenda canseira na defesa paulista.
Foi uma grande vitória atleticana, valorizada pela excelente equipe corintiana, surpreendida no primeiro tempo pela atuação impecável do alvinegro mineiro. O primeiro gol foi logo de cara aos 15 segundos do primeiro tempo! Em uma jogada pela direita Belleti tabelou com Bruno e cruzou para a risca da pequena área onde a bola encontrou os pés matadores do artilheiro GUILHERME! GALO 1X0! A equipe corintiana ficou atônita. Isso porque ninguém do time paulista havia tocado na bola e o Galo já estava na frente. A Massa que ainda reverenciava a equipe pela entrada no gramado foi a loucura, desfraldando bandeiras e os belos foguetes sinalizadores nas cores verde e vermelha!
Aos 17 minutos o Atlético sofreu uma grande perda. Marques, o mais regular jogador da equipe sofre um estiramento muscular após uma arrancada e sentindo muitas dores o atacante atleticano foi retirado de maca e chorando. Sem Marques o Corinthians se sentiu mais confiante, e começou a atacar a equipe atleticana. Mas os paulistas iam bem somente até a entrada da área atleticana, onde encontravam a na segurança da dupla de zaga Gálvan e Claúdio Caçapa, que fizeram uma grande partida.
O Atlético tentou suprir a falta de Marques deslocando Robert para a função de atacante e Adriano passou a executar o trabalho de armação no meio-campo. Para as jogadas de linha de fundo só mesmo a presença de 3 jogadores foi capaz de substituir Marques. Adriano, Ronildo e Robert se revezaram na tarefa de suprir a falta de nosso melhor jogador.
E o esforço coletivo foi recompensado. Aos 27 minutos, um contra-ataque puxado por Adriano na direita aciona o Matador Guilherme, que invade a área corintiana e toca no canto esquerdo de Dida. GALO 2X0! Aos 39 minutos, Vampeta em um lance de sorte chuta forte da intermediária e acerta o canto esquerdo de Kleber, que coberto por um grande número de jogadores não pode fazer nada. 2X1.
Mas a resposta atleticana foi quase que instantânea. aos 45 minutos Guilherme(Sempre ele) recebeu um cruzamento de Robert e completou de cabeça (dentro da pequena área do Corinthians) no canto esquerdo de Dida. GALO 3X1!
No segundo tempo começou e logo se viu que o jogo de quarta-feira dia 8 de dezembro contra o Vitória foi muito desgastante para os atleticanos. A equipe mineira logo "pregou" e os corintianos ajudados por terem se classificado sem a necessidade da terceira partida, tomaram conta das ações ofensivas. E de tanto insistir, o Corinthians chegou no seu segundo gol. Kleber(lateral esquerdo do time paulista) recebe de Ricardinho, dá um corte espetacular em Gálvan e cruza no segunda trave para Luizão completar de cabeça. No placar 3X2 GALO! Um placar que permaneceu até o final da partida.
Com o apito final de Oscar Roberto de Godoy, uma mistura de alívio, esperança e euforia tomou conta da torcida atleticana. Afinal o Galo estava muito perto do fim do jejum de 28 anos sem um título brasileiro. Muita comemoração pelas avenidas Catalão e Antônio Carlos. Na Savassi a Massa se reuniu para comemorar a boa vitória sobre os Corintianos.

Na segunda partida da decisão do campeonato brasileiro, o Galo foi derrotado por 2 a 0 e não conseguiu manter a vantagem obtida com a vitória por 3 a 2, no Mineirão.
O time do técnico Humberto Ramos não chegou a jogar mal, mas sentiu a falta de Marques. O Corinthians foi superior e comandou a partida nos minutos iniciais. O primeiro gol foi marcado por Luizão, aos 28 minutos de jogo, quando do Galo já havia equilibrado as ações no campo. No lance anterior, os jogadores do Atlético reclamaram de um pênalti de Índio, não marcado por Márcio Rezende de Freitas. O segundo gol corintiano saiu aos 14 minutos da etapa final, quando o time mineiro estava melhor.
Aos 47 minutos da etapa final, Luizão, que havia recebido o quinto cartão amarelo, agrediu Mancine, no meio-campo, e foi expulso. Tudo isso para que a diretoria do Corinthians tentasse um pedido de efeito suspensivo para que ele pudesse jogar a terceira partida. O Palmeiras, em 1994, e o Vasco, em 1997, tiveram sucesso com essa medida, ambas as vezes com o atacante Edmundo.
Nas escalações, as duas equipes começaram iguais. O técnico Humberto Ramos, após muito mistério, escalou Curê no lugar de Marques. No Corinthians, Oswaldo de Oliveira não pôde mesmo contar com Rincón, machucado. Gilmar entrou em seu lugar.
Como estava previsto, o Corinthians tomou a iniciativa da partida. A equipe paulista procurou o ataque, desde o início. Os jogadores tocavam bem a bola, mas sem encontrar facilidade para penetrar. Somente a partir dos 11 minutos, o Atlético passou a sair mais para o jogo e conseguiu equilibrar a partida. As defesas, no entanto, sempre levavam vantagem sobre os ataques e poucos lances incendiavam as duas torcidas.
O ritmo da partida melhorou a partir dos 27 minutos. Num lançamento de Belletti, em que Guilherme e Curê se confundiram na entrada da área, os jogadores ficaram reclamando de um pênalti legitimo de Índio que meteu a mão na bola. No contra-ataque, o Corinthians abriu o placar, mais uma vez, com uma jogada pelo seu lado esquerdo. Kléber cruzou e Luizão não teve trabalho para marcar.
O Atlético não se abateu com o gol sofrido e as duas equipes passaram a alternar as chances de marcar. Robert perdeu a melhor oportunidade do Atlético, aos 31 minutos. Dez minutos depois, foi Curê que demorou a concluir uma boa jogada de Cláudio Caçapa.

Para o segundo tempo, Lincoln voltou no lugar de Curê e melhorou o rendimento do ataque atleticano. O time explorava muito o lado esquerdo, com as subidas de Ronildo. O Corinthians se preocupava mais em defender e partir para os contra-ataques. Nem parecia que jogava em casa.
Mesmo com o Atlético dominando, quem voltou a marcar foi o Corinthians. Aos 14 minutos, Ricardinho dividiu com Galván e Cláudio Caçapa, na área. Luizão pegou o rebote e mandou no canto direito, fazendo seu 21º gol no Brasileiro.
Em seguida, Humberto Ramos, buscando o empate, fez duas alterações: Mancine e Adriano nos lugares de Belletti e Robert, com Bruno indo para o meio. Mas com 2 a 0 no placar, o Corinthians passou a comandar a partida. O Atlético tentava diminuir, mas não conseguia levar perigo ao gol de Dida.

JUIZ POLÊMICO

O juiz mineiro Márcio Rezende de Freitas foi a figura mais polêmica da segunda partida da decisão do Campeonato Brasileiro, juntamente com Luizão. O árbitro apitou sua segunda decisão. A primeira foi em 1995, quando Márcio apitou a final entre Santos e Botafogo, falhando nos dois lances de gol do jogo e anulando um legítimo do Santos, prejudicando a equipe paulista.
Márcio Rezende começou a se complicar logo no início da partida, ao deixar de advertir o zagueiro João Carlos com cartão, após uma falta violenta sobre Robert. O juiz também não marcou um pênalti em favor do Atlético, no lance mais discutido do jogo.
No segundo tempo, o juiz minei ro foi melhor, apesar de ainda falhar em alguns lances isolados.

TERCEIRA PARTIDA
O Atlético fez uma bela apresentação na terceira partida da decisão, esteve perto da vitória, mas o time paulista segurou o 0 a 0 e saiu de campo com o título nacional, pelo segundo ano consecutivo. À torcida atleticana restou a satisfação pelo futebol apresentado pela equipe, na reta final, e artilharia da competição, com Guilherme, que marcou 28 gols.
O atacante Marques, do Atlético, mais uma vez, ficou de fora, por causa da contusão muscular e fez muita falta à equipe. Lincoln foi o seu substituto ontem. No Corinthians, sem Luizão, Oswaldo de Oliveira optou por escalar dois jogadores fortes na marcação - Gilmar e Rincón -, já que o empate lhe daria o título.
A partida começou debaixo de muita chuva e com um ritmo forte, com as duas equipes jogando de igual para igual. A marcação de ambos os lados prevaleceu sobre a habilidade dos atacantes e as grandes oportunidades de gol, no primeiro tempo, foram raras. A melhor chance do Atlético aconteceu aos 10 minutos, num chute de Guilherme, que Dida espalmou para fora.
O time mineiro, precisando da vitória, saiu mais para o jogo e demonstrou mais vontade de atacar. O Corinthians abusava das faltas para segurar os ataques atleticanos. Mesmo com o Atlético procurando mais o gol, quem esteve mais perto de abrir o placar foi a equipe paulista. Aos 29 minutos, Marcelinho Carioca, numa cobrança de falta, mandou a bola no travessão.
A partir daí, o Corinthians apareceu mais no campo ofensivo, mas também sem levar perigo ao goleiro adversário. O excesso de erros nos passes nas duas equipes impossibilitou um melhor aproveitamento das jogadas de ataque, na primeira etapa.
No início do segundo tempo, o time paulista pareceu que iria partir mais para o ataque. Mas pouco depois voltou a se preocupar em segurar o empate. A partir dos 15 minutos, as duas equipes deixaram de lado a cautela excessiva e passaram a se alternar nas jogadas de ataque. O jogo ganhou em emoção.
Aos 20 minutos, Humberto Ramos colocou Hernani no lugar de Lincoln, que não estava bem. A chuva aumentou, mas a garra e a determinação dos jogadores em campo não se arrefeceu. A melhor chance de gol aconteceu aos 30 minutos, quando Márcio Costa, ao tentar cortar um cruzamento de Robert, quase marcou contra.
O lance que praticamente definiu o resultado foi a expulsão de Belletti, aos 38 minutos, quando ele fez uma falta por trás em Marcelinho. O Atlético se abateu em campo e teve apenas mais uma chance, com Gallo aos 44 minutos.

Sem Marques, força de ataque minou

O Atlético buscou mais o gol, mas faltou força ofensiva ao time mineiro para sair do Morumbi com a vitória e, conseqüentemente, o título do Campeonato Brasileiro. O esquema tático armado por Humberto Ramos teve um pecado: centralizou as jogadas em Guilherme, principalmente no primeiro tempo. O artilheiro da competição, com 28 gols, foi bem marcado pelos zagueiros João Carlos e Márcio Costa, que se revezaram no seu combate.
E, para complicar a situação, faltou ao “matador" o parceiro para as jogadas de ataque. Nem Lincoln, nem Hernani e, depois, Adriano conseguiram criar os lances para as finalizações de Guilherme, lutador solitário. O artilheiro, bem vigiado, apareceu pouco numa decisão. A ausência de Marques, machucado, acabou prejudicando, em demasia, o Atlético. Como aconteceu em 1977, quando Reinaldo, então principal jogador do Atlético, ficou de fora da final contra o São Paulo. O título acabou nas mãos dos paulistas.
O Atlético demorou a explorar as laterais. No primeiro tempo, a equipe afunilou as jogadas pelo meio-campo, facilitando o trabalho de desarme corintiano. No segundo tempo, Bruno e Ronildo foram mais acionados e, por isso, o time mineiro levou perigo ao gol de Dida. Ao Atlético também faltou variações de jogadas e, depois da expulsão de Belletti, a equipe entregou os pontos.
Diz-se que o comandante peca por ação e jamais por omissão. Foi isso, justamente, que aconteceu com o técnico Humberto Ramos ontem. Ele substituiu Lincoln, que não jogava bem, por Hernani. Foi um erro tático. Hernani, totalmente fora de ritmo e desentrosado com os companheiros, ficou perdido em campo. E, pior, não municiou, em momento algum, Guilherme ou outro companheiro de ataque. Hernani jogou pela última vez na derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, na fase classificatória, no dia 3 de outubro.
O bicampeão Corinthians jogou como era esperado: fechado e explorando os contra-ataques. Não abriu a guarda em momento algum, e, para desespero dos atleticanos, contou com Dida em grande forma. O goleiro fez pelo menos duas grandes defesas, salvando a equipe paulista de uma derrota. Além disso, o Corinthians é um time frio e calculista. Jogou para vencer, no último domingo, obteve a vitória e, ontem, atuou de olho no regulamento, já que precisava do empate para ser bicampeão brasileiro.