Na manhã ensolarada de 5 de março de 1978, Belo Horizonte via na Praça 7 um desfile de carros decorados com as cores do GALO, equipe que certamente igualaria os feitos de Internacional e Palmeiras e se tornaria BICAMPEÃ do Brasil. De fato toda essa euforia tinha razão. O GALO fazia no Campeonato Brasileiro de 1977 uma campanha irretocável. A equipe estava invicta, em 20 jogos havia vencido 17 e empatado apenas 3 partidas.
No entanto, à tarde a alegria deu lugar à uma tristeza profunda, que só pode ser comparada ao quadro ocorrido no Maracanã quando o Brasil perdeu a Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai. Depois do jogo final, os jogadores do Atlético deixaram o gramado do Mineirão abraçados, após uma derrota que parecia impossível. A triste cena é acompanhada por mais de 100 mil atleticanos. Inconformada a MASSA não acreditava o que estava vendo. O time do GALO, indiscutivelmente o melhor do país, acabava de perder o título de brasileiro após a decisão por pênaltis, diante do São Paulo.
O jogo foi feio, sobretudo por parte do São Paulo que desde o início queria levar a decisão para os pênaltis. Os zagueiros são-paulinos Getúlio e Antenor marcavam duramente os pontas mineiros. Tecão, que tivera sua tarefa facilitada pela ausência de Reinaldo, marcava o centro-avante. Enquanto isso, Bezerra ficava como um líbero. No meio-campo, Dario Pereira perseguia Cerezo (jogador Bola de Ouro de 1977), Teodoro marcava Ângelo e Chicão fazia o mesmo com Marcelo. Peres colou em Paulo Isidoro e na frente Viana e Zé Sérgio, mesmo sendo atacantes, faziam a primeira marcação. Com a retranca do São Paulo, o GALO que tinha uma equipe muito jovem (com média de idade de 22 anos) se enervou e não conseguiu marcar um gol que lhe daria o título no tempo normal. Na prorrogação e o quadro não mudou e o São Paulo chegou aonde queira: As cobranças de pênaltis.
Mesmo nos pênaltis, o GALO era favorito. Isso porque o Galo tinha João Leite o "João de Deus" que já na época era conhecido por ser um grande pegador de pênaltis. E ele começou bem, pegou as duas primeiras cobranças do São Paulo. Mas o Atlético pagou por ter uma equipe muito jovem, Waldir Peres (Goleiro brasileiro na Copa de 82) catimbou o máximo e provocou os erros de Cerezo, Joãozinho Paulista e Márcio. No final das cobranças de pênaltis o São Paulo conseguiu ser melhor que o Atlético, coisa que nunca fora no em todo campeonato e mesmo no jogo final.
Para efeito de comparação veja a campanha dos dois clubes. O regulamento de 1977, não deu ao Galo nem o direito de empatar a partida decisiva.
Pontos | Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas | G P | G C | Saldo | |
São Paulo | 39 | 21 | 13 | 4 | 4 | 40 | 15 | 25 |
Atlético | 49 | 21 | 17 | 4 | 0 | 55 | 16 | 39 |
Atlético Mineiro 0X0 São Paulo |
Atlético Mineiro: João Leite,Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir; Toninho Cerezo, Ângelo e Marcelo(Paulo Isidoro); Serginho, Caio(Joãozinho Paulista) e Ziza. Téc.: Barbatana | Local: Mineirão Data: 5 de março de 1978 Juiz: Arnaldo César Coelho Público: 102 974 Renda: Cr$ 6 857 280 | São Paulo: Waldir Peres, Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão, Teodoro(Peres) e Dario Pereira; Zé Sérgio, Mirandinha e Viana(Neca). Téc.: Rubens Minelli. |
OBS: Na prorrogação 0X0. Nos pênaltis Atlético 2X3 São Paulo. Marcaram: para o Galo: Ziza e Alves e para o São Paulo: Peres, Antenor e Bezerra. |
Um comentário:
Por que o Galo foi vice invicto?
O Brasil vivia uma ditadura?
O regulamento era aquele? Por que disputou então?
Era inteligente fustigar a ditadura com os punhos erguidos?
A diretoria não poderia ter chamado a atenção de seu funcionário que, em hora de serviço não poderia fazer atitudes contrárias a um regime ditatorial ?
Queria que a ditadura permitisse o título para um time "subversivo"?
O técnico não poderia ter arrumado um esquema para os selecionáveis Marcelo e Paulo Izidoro?
Por que privilegiou a dupla Caio Cambalhota e Joãozinho Paulista ?
Por que Joãozinho Paulista (que não havia treinado penalidades) foi escalado para bater?
ACORDA TORCIDA, cuidado com as nERRATIVAS !!!!!
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